quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Bienal Internacional de São Paulo: 2016 tem mais!

23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo: impressões dos últimos dias

A Bienal de São Paulo pode ser um evento comercial, cultural ou de entretenimento, a depender do propósito de cada pessoa. No meu caso, posso dizer que foi um pouco de tudo, pois assisti algumas palestras, comprei vários livros e me diverti apreciando o clima da feira. Nos três dias em que lá estive, fiquei impressionado com a grandiosidade do evento e imaginando o trabalho que deve dar a preparação de um feito deste vulto. Acredito que todas as médias e grandes editoras do Brasil se fizeram presentes. Mas senti falta das editoras internacionais, muito poucas mesmo.

Visitei a feira quase no seu final, dias 28, 29 e 30 de agosto, representando o blog Ler é Viver. Em todos estes dias, estava repleta de gente. No dia 30 (último sábado), em particular, estava "entupida". Neste dia, havia uma fila quilométrica para adquirir ingressos, filas para andar nos corredores da feira, filas para pagar os livros nos caixas e gente se espremendo para ver e tocar nos livros. As vezes eu sentia que estava andando em círculos, carregado pela multidão. Em alguns momentos e lugares, dava até para sentir falta de ar no ambiente. Enfim, neste dia não foi prazeroso estar lá.

Mas, apesar do incômodo do penúltimo dia, não posso me queixar, pois nos outros dois dias não havia tanta gente assim e meus ingressos sempre foram facilitados com o credenciamento que consegui como representante do nosso blog (agradecemos a organização e prestatividade da equipe do credencimento).

Levar crianças pequenas? Nem pensar. Quem as tinha levado, precisava segurá-las firmemente nas mãos para não perdê-las de vista na multidão. Dois ou três passos à frente e já não as enxergaria mais.

O tipo de público que frequentou a feira era muito variado: estudantes, professores, amantes de livros ou apenas curiosos. Porém nas palestras de que participei a maior presença era de professores. Durante os dias de semana, podia-se ver grupos de alunos de diferentes colégios, acompanhados de seus respectivos professores. Alguns deles entoavam palavras de ordem, acho que para não se perderem uns dos outros. Era ruidoso mas bem divertido.

Para quem gosta de adquirir livros, como eu, posso informar que os descontos variavam de cinquenta até dez por cento. Na maioria das editoras os descontos eram de vinte por cento para professores e de quinze por cento para os demais clientes. Algumas poucas editoras, como a Saraiva, estavam promovendo um saldão de ofertas para algumas obras selecionadas, com desconto de até cinquenta por cento, mas aí precisava procurar muito para encontrar uma boa obra.

Outro aspecto que observei é de que ainda temos poucas obras editadas no formato de livros eletrônico, os e-books. Para facilitar o transporte de São Paulo para Manaus, tentei adquirir todos os livros no formato eletrônico, mas para minha surpresa, de todos os livros que adquiri, consegui apenas um no formato eletrônico. Além da questão do transporte, os livros eletrônicos tem a vantagem de custarem menos e não ocuparem espaço algum, pelo menos físicamente falando. E, para quem se preocupa com a natureza, pode acrescentar a vantagem da preservação das árvores e a diminuição da poluição com resíduos de papel. Mas também gosto do livro físico, embora saiba que o espaço em casa vai ficando cada vez menor para eles e que num futuro bem próximo eles não mais existirão.

Ah, aproveito para informar, para quem ainda não sabe, que a Saraiva também lançou o seu leitor de livros: o Lev. Acho que deram este nome porque ele realmente é muito leve. Na feira, ele estava com um bom preço promocional, mas acho que deveriam fornecê-lo de graça mesmo, pelo menos para quem adquirisse um determinado valor de livros no formato eletrônico.

Em relação a estrutura de apoio da feira, achei-a bem organizada. Muitas pessoas para informar, lanchonetes suficientes, banheiros, indicações claras e bem localizadas, folders com mapas, balcão de informações logo na entrada, enfim, não senti falta de nada. Além disso, a organização do evento disponibilizou um aplicativo eletrônico, bem amigável, com todas as informações sobre o evento: mapa dos expositores, programação cultural, autores, atracões, fotos, e muito mais. É claro que no dia de sábado nada disso parecia ser suficiente.

Apenas não gostei muito das salas montadas para as palestras. Estas salas não tinham isolamento acústico e o ruído externo atrapalhava a audição dos ouvintes, embora isso não tenha tirado a minha concentração, apenas prejudicou as gravações que fiz das palestras.

E por falar em palestras, gostei muito da qualidade das que assisti, cujas síntese também serão publicadas neste blog. Fiquei admirado com a cultura dos palestrantes. Não sei se essa admiração foi fruto da minha diminuta cultura literária, mas fiquei realmente impressionado com o conhecimento destas pessoas: todos doutores; e não apenas por isto, mas pelas citações, exemplos e linguagem usada durante as palestras. Uma das palestrantes dava aula na Alemanha e uma outra era tradutora de obras em francês e inglês, tendo morado vários anos na França. Todos eles e elas com vários livros publicados. Fiquei impressionado e motivado a ler muito mais, para me aproximar um pouco deles.

Importante observar que foi preciso chegar ao local da palestra com pelo menos meia hora de antecedência, para pegar uma senha, pois algumas palestras eram muito concorridas e não havia espaço suficiente nas salas que foram reservadas para as mesmas. Posso dizer que, pelo menos para mim, as palestras foram a melhor parte da feira.
 
Esta foi a minha primeira Bienal Internacional do Livro de São Paulo, mas se puder, quero ir nas próximas. Aproveito para convidar a todos que gostam de ler livros para irem também, pois vale a pena. Mas se programem antes, reservem dinheiro para comprar livros e façam um planejamento das palestras que pretendem assistir. Feito isto, é só aproveitar e passar aqui para dizer como foi.

Um comentário:

  1. Obrigada, Gerson, pelo artigo! Lamento não ter sido possível acompanhá-lo nessa aventura, mas, de certa forma, estava contigo em todos os passos, pois tu bem sabes o quanto eu gosto! Além do mais, acredito que acabavas lembrando de mim a cada livro que via ou palestra que ouvia.

    Gostei muito das informações que passaste e acredito que motive outras pessoas a se planejarem para a próxima Bienal. Inclusive a gente!

    Abraços com todo o meu afeto e gratidão!

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