segunda-feira, 7 de abril de 2014

Literatura Infantil: contos de fadas - Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho VermelhoAgora, no próximo dia 18 de abril, será o Dia Nacional do Livro Infantil. Com o intuito de homenagear, tentaremos postar algumas curiosidades (provavelmente esta e mais uma, antes da postagem a ser publicada na referida data) sobre esse universo literário; assim como polêmicas que envolvem essa temática. Uma maneira de dizer que livros para crianças é assunto muito sério.

Iniciando nossa proposta, temos o conhecido conto "Chapeuzinho Vermelho", cuja versão (que me era conhecida) tem os personagens da criança, da avó, do lobo e do caçador, com final feliz (para  minha alegria). Com o avançar da idade (cof cof), fui descobrindo que se tratava de uma das versões (a mais conhecida), dos irmãos Grimn. Originalmente, esse conto era voltado para o público adulto (por sinal uma versão aterrorizante, tal qual era o seu propósito). Curiosa essa transformação de lenda contada por camponeses em volta de uma fogueira (com elementos grotescos e obscenos), a um conto de caráter doméstico, lido para crianças antes de dormir.

Querendo saber mais, vale a pena a leitura de "Contos de Fadas", de Maria Tatar, da Editora Zahar. Além das versões de vários contos que nos são tão conhecidos, traz breve contexto histórico e notas explicativas. Ainda, resgata ilustrações que fascinaram inúmeros olhares infantis enquanto aguardavam o folhear da próxima página para saber o que aconteceria com seus personagens.
Trecho do que está registrado na Wikepédia  ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Capuchinho_Vermelho ) a respeito do conto da Chapeuzinho Vermelho. Acesse o link para mais informações.
(...)

A História do Conto

As origens de Chapeuzinho Vermelho podem ser rastreadas até por de vários países europeus e mais do que provavelmente anteriores ao século 17, quando o conto adquiriu a forma conhecida atualmente, com a versão dos irmãos Grimm por inspiração. Chapeuzinho Vermelho era contada por camponeses na França, Itália e Alemanha, sempre com um caráter muito popular.

 

Charles Perraut

A versão impressa mais antiga é de Charles Perrault, Le Petit Chaperon Rouge, retirada do folclore francês foi inserida no livro Contos da Mamãe Gansa. A história de Perrault retrata uma "moça jovem, atraente e bem educada", que ao sair de sua aldeia é enganada pelo  lobo, que come a velha e arma uma armadilha para a menina que termina sendo devorada, sem final feliz. Essa versão foi escrita para a corte do rei Louis XIV, no final do Século XVII, destinada a um público que o rei entretinha com festas extravagantes e prostitutas, que pretendia levar uma moral às mulheres para perceberem os avanços de maus pretendentes e sedutores. Um coloquialismo comum da época era dizer que uma menina que perdeu a virgindade tinha "visto o lobo". O autor explica a moral da historia ao fim do conto nos seguintes termos:
A partir desta história se aprende que as crianças, especialmente moças jovens, bonitas, corteses e bem-educadas, não se enganem em ouvir estranhos, E não é uma coisa inédita se o Lobo, desta forma, (arranjar) o seu jantar. Eu chamo Lobo, para todos os lobos que não são do mesmo tipo (do lobo da história), há um tipo com uma disposição receptiva - sem rosnado, sem ódio, sem raiva, mas dócil, prestativo e gentil, seguindo as empregadas jovens nas ruas, até mesmo em suas casas. Ai de quem não sabe que esses lobos gentis são de todas as criaturas como as mais perigosas!

Os Irmãos Grimm

No Século XIX, duas versões da história foram contadas a Jacob Grimm e seu irmão Wilhelm Grimm, a primeira por Jeanette Hassenpflug (1791-1860) e a segunda por Marie Hassenpflug (1788-1856). Os irmãos registram a primeira versão para o corpo principal da história e a segunda em uma sequência do mesmo.


A história com o título de Rotkäppchen foi incluído na primeira edição de sua coleção Kinder-und Hausmärchen (contos infantis domésticos [1812]). Perrault é quase certamente a fonte do primeiro conto. No entanto, eles modificaram o final, introduzindo o caçador que abre a barriga do lobo e tira a menina e sua avó; esse final é idêntico ao do conto "O lobo e os sete cabritinhos", que parece ser a fonte.

A segunda parte contou com a menina e sua avó prendendo e matando um outro lobo, desta vez antecipando seus movimentos baseados em sua experiência anterior. A menina não deixou o caminho quando o lobo falou com ela, sua avó trancou a porta para mantê-lo fora, e quando o lobo se escondia, a avó manda Chapeuzinho colocar no fogo uma panela com água que salsichas tinham sido cozidas. O cheiro que sai da chaminé atrai o lobo para baixo, e ele se afogou. Os irmãos revisaram novamente a história em edições posteriores até alcançar a versão final, acima mencionada, e publicá-la na Edição de 1857 de seu trabalho.

Para finalizar, quem não se lembra da música e da letra que era cantada na versão da estória "contada" num disquinho? Para os que lembram, e para os que não sabem, a letra da música desse conto que nos acompanha desde a Idade Média:

(Chapeuzinho)
Pela estrada fora eu vou bem sozinha
Levar esses doces para a vovozinha
Ela mora longe e o caminho é deserto
E o lobo mau passeia aqui por perto
Mas à tardinha, ao sol poente
Junto à mamãezinha dormirei contente
...
(Lobo Mau)
Eu sou o lobo mau, lobo mau, lobo mau
Eu pego as criancinhas pra fazer mingau
Hoje estou contente, vai haver festança
Tenho um bom petisco para encher a minha pança
...
(Caçadores)
Nós somos os caçadores e nada nos amedronta
Damos mil tiros por dia, matamos feras sem conta
Varamos toda floresta, por mares e serranias
Caçamos onça pintada, pacas, tatus e cotias
...
(Chapeuzinho)
O lobo mau já morreu, agora estamos em festa
Posso brincar com as crianças
E passear na floresta

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